quarta-feira, 27 de maio de 2009

A profissão de fé (Chahada)

A profissão de fé consiste numa frase - que deve ser dita com a máxima sinceridade - através da qual cada muçulmano atesta que "não há outro deus senão Alá e Maomé é seu servo e mensageiro". No entanto, os muçulmanos xiitas têm por costume acrescentar "e Ali ibn Abi Talib é amigo de Alá". Esta frase também é dita quando se chama à oração (adhan).

De acordo com a maioria das escolas islâmicas, para se converter ao Islão é necessário proclamar três vezes a chahada ("testemunho") perante duas testemunhas: Achadu ala ilaha ila Allah. Achadu ana Mohammad Rassululah ("Testemunho que não há outra divindade senão Deus. Testemunho que Maomé é seu profeta mensageiro").

Os Cinco Pilares do Islão

Os cinco pilares do Islão são cinco deveres básicos de cada muçulmano:

* A recitação e aceitação do credo (Chahada ou Shahada);
* Orar cinco vezes ao longo do dia (Salá,Salat ou Salah);
* Pagar esmola (Zakat ou Zakah);
* Observar o jejum no Ramadão (Saum ou Siyam)
* Fazer a peregrinação a Meca (Haj) se tiver condições físicas e financeiras.

Os muçulmanos xiitas consideram ainda três práticas como essenciais à religião islâmica; além da jihad, que também é importante para os sunitas, há o Amr-Bil-Ma'rūf, "Exortar o Bem", que convoca todos os muçulmanos a viver uma vida virtuosa e encorajar os outros a fazer o mesmo, e o Nahi-Anil-Munkar, "Probir o Mal", que orienta os muçulmanos a se abster do vício e das más ações, e também encorajar os outros a fazer o mesmo.

Alguns grupos kharijitas existentes na Idade Média consideravam a jihad como o "sexto pilar do Islão". Actualmente alguns grupos do xiismo ismaelita entendem a "fidelidade ao Imam" como sexto pilar do Islão.

Crenças

O Islão ensina seis crenças principais:

* A crença em Alá (Allah), único Deus existente;
* A crença nos Anjos, seres criados por Alá;
* A crença nos Livros Sagrados, entre os quais se encontram a Torá, os Salmos e o Evangelho. O Alcorão é o principal e mais completo livro sagrado, constituindo a colectânea dos ensinamentos revelados por Alá ao profeta Maomé;
* A crença em vários profetas enviados à humanidade, dos quais Maomé é o último;
* A crença no dia do Julgamento Final, no qual as acções de cada pessoa serão avaliadas;
* A crença na predestinação: Alá tudo sabe e possui o poder de decidir sobre o que acontece a cada pessoa.

Etimologia

Islão provem do árabe Islām, que por sua vez deriva da quarta forma verbal da raiz slm, aslama, e significa "submissão (a Deus)". Segundo o arabista e filólogo José Pedro Machado a palavra "Islão" não teria surgido na língua portuguesa antes de 1843, ano em que aparece no capítulo IX da obra Eurico, o Presbítero de Alexandre Herculano.

O Islão é descrito em árabe como um "diin", o que significa "modo de vida" e/ou "religião" e possui uma relação etimológica com outras palavras árabes como Salaam ou Shalam, que significam "paz".

Muçulmano, por sua vez, deriva da palavra árabe muslim (plural, muslimún), particípio activo do verbo asmala, designando "aquele que se submete". O vocábulo pode ter penetrado no português a partir do castelhano, sendo provável que esta língua o tenha tomado do italiano ou do francês, línguas nas quais o vocábulo surge em 1619 e 1657, respectivamente (no primeiro caso como mossulmani na obra Viaggi de Pietro della Valle e no segundo como mousulmans na obra Voyages de Le Gouz de la Boullaye).

Em textos mais antigos, os muçulmanos eram conhecidos como "maometanos", este termo tem vindo a cair em desuso porque implica, incorrectamente, que os muçulmanos adoram Maomé (como, durante alguns séculos, por completo desconhecimento, o Ocidente pensou), o que torna o termo ofensivo para muitos muçulmanos. Durante a Idade Média e, por extensão, nas lendas e narrativas populares cristãs, os muçulmanos eram também designados como sarracenos e também por mouros (embora este último termo designasse mais concretamente os muçulmanos naturais do Magrebe que se encontravam na Península Ibérica).

Islão pode se referir também ao conjunto de países que seguem esta religião (a jurisprudência islâmica utiliza neste caso a expressão Dar-al-Islam, "casa do Islão").

Islão

O Islão (português europeu) ou Islã (português brasileiro) (do árabe الإسلام, transl. al-Islām) é uma religião monoteísta que surgiu na Península Arábica no século VII, baseada nos ensinamentos religiosos do profeta Maomé (Muhammad) e numa escritura sagrada, o Alcorão. A religião é conhecida ainda por islamismo.

Na visão muçulmana, o Islão surgiu desde a criação do homem, ou seja, desde Adão, sendo este o primeiro profeta dentre inúmeros outros, para diversos povos, sendo o último deles Maomé.

Cerca de duzentos anos após Maomé, o Islão já se tinha difundido em todo o Médio Oriente, no Norte de África e na península Ibérica, bem como na direcção da antiga Pérsia e Índia. Mais tarde, o Islão atingiu a Anatólia, os Balcãs e a África subsaariana. Recentes movimentos migratórios de populações muçulmanas no sentido da Europa e do continente americano levaram ao aparecimento de comunidades muçulmanas nestes territórios.

A mensagem do Islão caracteriza-se pela sua simplicidade: para atingir a salvação basta acreditar num único Deus, rezar cinco vezes por dia, submeter-se ao jejum anual no mês do Ramadão, pagar dádivas rituais e efectuar, se possível, uma peregrinação à cidade de Meca.

O Islão é visto pelos seus aderentes como um modo de vida que inclui instruções que se relacionam com todos os aspectos da actividade humana, sejam eles políticos, sociais, financeiros, legais, militares ou interpessoais. A distinção ocidental entre o espiritual e temporal é, em teoria, alheia ao Islão.